Fé Resiliente

Nosso encontro sobre "Fé Resiliente" foi uma rica exploração dos desafios e oportunidades enfrentados pelo discipulado infantil em uma sociedade pós-cristã e hiperindividualizada. O tema principal foi a necessidade de formação contracultural e a integração de novos conhecimentos e ferramentas nas práticas de discipulado. Exploramos a metáfora de mapas desatualizados que serviram como um símbolo poderoso da necessidade de as igrejas atualizarem suas abordagens ao discipulado, e discutimos o impacto da formação cultural, a ideia de contraformação e a necessidade de uma nova abordagem diante de um mundo em rápida mudança.

Discutimos a importância de formar fé duradoura em crianças por meio do discipulado. Awana compartilhou uma estrutura de "formação cultural" (como a cultura circundante molda as crianças) versus "contraformação" (esforços intencionais para moldar a fé das crianças).

A formação cultural se refere ao processo pelo qual as crianças são moldadas pelas culturas predominantes em suas sociedades. Esse processo varia muito dependendo do contexto cultural. Por exemplo, uma criança crescendo no Iraque seria formada dentro de uma cultura predominantemente muçulmana, enquanto uma criança na cidade de Nova York, Los Angeles ou Londres cresceria no que discutimos como uma cultura pós-cristã ou altamente secularizada.

O termo pós-cristão é usado para descrever uma cultura que busca os benefícios e resultados associados aos princípios cristãos, como justiça, amor, liberdade, alegria, contentamento, paz e felicidade, sem o suporte religioso. Este conceito é comparado a um buquê de flores cortado de suas raízes, com a sociedade apreciando as "flores", mas desconsiderando a fonte: o Deus trino, as escrituras e a igreja local.

O secularismo, definido como a rejeição de Deus com ênfase no individualismo, foi discutido como outra mudança social significativa. Também falamos sobre a ideia de hiperindividualização, que se vincula à noção de individualismo expressivo, o foco na autoexpressão e individualidade. Exploramos como esse conceito evoluiu ao longo dos últimos dois ou três séculos, levando a uma mistura complexa de formação cultural em todo o mundo.

Awana observou que a última década foi um alerta para aqueles nos EUA, especialmente aqueles que não vivem no litoral, para entender o impacto dessas mudanças sociais no discipulado das crianças.

Apresentando o conceito de contraformação, nos voltamos para os ensinamentos de Jesus em Mateus 5-7. "Amplo é o caminho que leva à destruição e muitos o encontrarão. Estreito é o caminho que leva à vida e poucos o encontrarão." Isso pode ser interpretado como um chamado à formação contracultural. Também olhamos para os ensinamentos de Jesus sobre a oração, particularmente a frase, "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu." como um chamado ao discipulado e à importância da contraformação para alcançá-lo.

Awana deu uma visão geral da evolução do ministério infantil nos EUA, falando sobre uma época em que os EUA eram uma cultura majoritariamente cristã, e o foco da igreja era principalmente interno. No entanto, eles reconhecem que isso era uma ilusão e que não se pensava o suficiente nas culturas dominantes da época. A maioria das igrejas nos EUA ainda está no processo de despertar para a nova realidade, o que requer uma abordagem diferente para o discipulado.

A discussão então mudou para o conceito de gerações e como a geração de alguém afeta a visão de mundo de alguém. Discutimos como diferentes gerações têm experiências diferentes com a tecnologia de mapeamento, que serve como uma metáfora para como elas navegam pelo mundo e abordam o discipulado.

Awana usou a metáfora de mapas desatualizados para expressar uma preocupação de que muitos no ministério infantil estão usando métodos desatualizados, ou "mapas antigos", com base em uma compreensão do mundo que não é mais precisa. Essa metáfora é ilustrada por meio de uma série de mapas reais, começando com grandes mapas físicos, passando pelo desenvolvimento da tecnologia Garmin, até o MapQuest e, finalmente, os modernos sistemas de navegação baseados em aplicativos.

Assim como a tecnologia de criação de mapas evoluiu, as abordagens ao discipulado também devem evoluir. Observamos um mapa dos anos 1500 como exemplo, mostrando que, embora os criadores de mapas tenham feito o melhor que puderam com as informações e a tecnologia disponíveis para eles na época, agora temos mais conhecimento e melhores ferramentas que devem ser utilizadas.

Na mesma linha, os ministérios infantis, particularmente nos EUA, ainda estão operando com base nos "velhos mapas" dos anos 70, 80 e 90. Discutimos como agora temos mais informações sobre alfabetização política, saúde mental, conexão relacional e pertencimento, entre outras coisas. É crucial integrar essas novas informações às práticas de discipulado, em vez de continuar operando com base em modelos ultrapassados.

Tivemos uma discussão sobre a necessidade de mudar de "ministério infantil" que é focado em programas e atividades, para "discipulado infantil" que é focado em formar fé. Awana compartilhou um modelo de discipulado focado nos 3Bs - Pertencer, Acreditar, Tornar-se.

• Pertencer refere-se à criação de uma comunidade relacional e acolhedora para crianças.
• Acreditar refere-se ao envolvimento das crianças com as escrituras e a mensagem do evangelho.
• Tornar-se refere-se a ajudar crianças a aprender a seguir Jesus e viver sua fé.

Observamos pesquisas que mostram a importância dos relacionamentos: como um adulto atencioso pode fazer uma grande diferença na jornada de fé de uma criança. Isso mostrou uma necessidade clara de equipar pais e líderes da igreja para o discipulado.

Discutimos como a cultura ao nosso redor mudou para ser mais secular e pós-cristã e o que isso representa em termos de crianças vivendo sua fé e como pais e líderes podem ajudar a diminuir as diferenças nesse contexto cultural.

Abordamos tópicos como tornar a igreja experiencial, promover a comunidade intergeracional e caminhar com as crianças enquanto elas navegam e entendem a cultura, com uma ênfase clara na formação da identidade em Cristo.

Discutimos a necessidade de nos aprofundarmos nas questões de abordagens ultrapassadas e a necessidade de mudança e inovação com potencial transformador.